segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Meu ídolo, por Lilian Rocha


Publicado originalmente no Facebook/Lilian Rocha, em 16.2.18

Meu ídolo
Por Lilian Rocha

Falar dele é o mesmo que falar de um ídolo, de alguém que você admira muito e sabe que jamais vai conseguir ser igual a ele.

Ele foi meu primeiro professor de Inglês. Com ele, aprendi os dias da semana, os meses do ano, as cores, os números, os pronomes...

Foi meu primeiro professor de Literatura, que recheou minha infância com revistinhas e livros inesquecíveis e me ensinou a gostar de ler e escrever...

Foi meu primeiro professor de Música, que acostumou meus ouvidos, desde cedo, à música de qualidade...

Foi meu primeiro professor de Religião, que respondeu a todos os meus questionamentos, me tirou todas as dúvidas e aumentou a minha fé...

Foi meu primeiro professor de Geografia e História, dono de uma cultura e uma memória invejável, que me ensinou sobre o Brasil e o mundo...

Foi meu primeiro professor de saudade, que me fez amar histórias que eu nunca vivi e lugares que eu nunca conheci...

Foi quem também me ensinou o significado da ética, do respeito e da responsabilidade. E quem primeiro me ensinou sobre romantismo, amor e fidelidade.

Difícil falar de uma pessoa tão culta e possuidor de uma inteligência tão brilhante. Difícil falar de um homem que era, ao mesmo tempo, professor, jornalista, radialista, cronista, pianista...

Mas o mais fascinante pra mim era saber que essa pessoa tão completa cabia todinha numa palavrinha bem pequena, talvez uma das primeiras que aprendi a pronunciar: PAI.

Meu pai sempre foi isso pra mim, uma referência. Referência de responsabilidade, de seriedade, de inteligência, de cultura, de bom gosto musical, de integridade e de fé. Um homem "de palavra", que honrava o que dizia. Um escritor nato, que amava as palavras e se valia delas para chegar ao âmago de todos os que se dispunham a ouvi-lo, seja qualquer que fosse o instrumento: cartas, livros, rádio, jornal, televisão, redes sociais...

Por isso, é também com "palavras" que quero me despedir dele, pois só as palavras têm acesso livre ao coração do outro. E só quem ama as palavras é capaz de ouvir e entender essa estranha linguagem do coração, chamada saudade...

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lilian Rocha 

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